Classificação feita de acordo com sustentabilidade vai permitir fazer melhores escolhas.
Os edifícios "verdes" em Portugal ainda são quase uma extravagância. Mas um empreendimento de habitação económica em Matosinhos ganhou um prémio internacional por provar que é possível. Um cluster nacional, recente, vai orientar o sector para esse caminho.
"A sustentabilidade não é opção, é o único caminho. Porque não podemos ter 10 euros no bolso e gastar 15", afirma o presidente da associação Plataforma para Construção Sustentável, Victor Ferreira, professor associado do Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro.
A organização a que preside gere o Cluster Habitat Sustentável, uma rede - criada em 2009 - de instituições de investigação, empresas e autarquias que promove a sustentabilidade como mote para a inovação no sector da construção. Em curso está "um trabalho moroso", mas que pode tornar acessível aos consumidores comuns um conhecimento que é, actualmente, muito especializado - uma classificação de materiais de acordo com a sustentabilidade.
"Nicho de mercado"
"O acto mais sustentável que existe é reabilitar e aproveitar o que existe", diz Victor Ferreira. Mas construção sustentável, admite, é ainda um caminho que se faz, em Portugal, "a diferentes velocidades". Há vários motivos para isso, reconhecem pessoas ligadas à "causa".
Susana Ferreira, da Quercus, diz que, "neste momento, além daquilo que está dentro do cumprimento da lei, não é fácil encontrar técnicos, construtores ou mesmo empresários que vendem materiais com esse conhecimento". Por utro lado, diz Ana Dias, da Biohabitat, empresa de Aveiro que vende materiais de construção ecológicos, "temos ainda o estigma dos preços mais caros". O que não é verdade para todos os materiais, sustenta, apontando o exemplo das tintas.
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