Não é necessário viver numa cabana nem dispensar o aquecimento central, em nome da ecologia. Basta escolher os materiais certos e criar pequenas rotinas diárias para contribuir para a preservação da Natureza. O respeito pelo ambiente começa dentro de casa.
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Começa a ser cada vez mais comum encontrar casas em madeira na paisagem portuguesa. Além da rapidez de construção, este tipo de edificações apresenta inúmeras vantagens. • Isolamento acústico – Pelas características do material, uma casa construída de troncos ou pranchas de madeira apresenta um elevado grau de isolamento de barulhos e ruídos • Isolamento térmico – Ao tocar numa parede de madeira consegue perceber que esta tem sempre uma temperatura agradável. Isso acontece porque a madeira retém o calor, libertando-o lentamente ao longo do dia • Impacto ambiental – Uma edificação de madeira maciça requer um número mínimo de produtos pré-fabricados ou tóxicos (impermeabilizante, vernizes,tintas, etc.). Além disso, a madeira utilizada na construção é um regulador e um estabilizador natural da humidade ambiental • Saúde – Estas casas não alteram os campos eléctricos naturais. Desta forma, ajudam a prevenir eventuais problemas circulatórios, dores de cabeça e insónias provocados pelos campos electromagnéticos de uma habitação tradicional |
Embora o nosso país reúna as condições necessárias para podermos usufruir de todos os benefícios da energia solar, o número de lares que recorre a este sistema é ainda muito reduzido. • A instalação dos painéis solares deve ser efectuada preferencialmente durante a construção da casa, uma vez que implica a inclinação do telhado, a colocação dos depósitos de retenção, o desenho da rede eléctrica e canalização. Tudo isto não invalida a colocação dos painéis numa casa já pronta, recorrendo a kits exteriores • O aquecimento de água é geralmente mais económico em relação às formas de aquecimento tradicional, uma vez que o investimento no sistema solar é normalmente recuperado, a médio prazo, na poupança de energia. No entanto, este sistema não preenche a totalidade das necessidades de água quente (por razões climatéricas), pelo que se deve prever o recurso a uma outra forma de energia convencional. Os painéis solares podem ainda garantir a climatização do interior das casas nos meses de Inverno e o aquecimento de piscinas nos meses de calor • Os sistemas fotovoltaicos produzem energia eléctrica a partir da conversão da luz. Este sistema dispõe de um acumulador para os dias em que a luz solar é praticamente inexistente |
Vasco Dias, engenheiro civil, é o responsável pela BIOhabitat, uma empresa de comércio de materiais para construção sustentada. O que caracteriza este tipo de construção? Os produtos utilizados têm obrigatoriamente de reunir determinadas características: matérias-primas naturais e renováveis; têm de ser recicláveis no fim da vida útil de construção e serem produzidos com recurso a baixo consumo energético. Os produtos ecológicos e biológicos são mais dispendiosos do que os tradicionais. Verdadeiro ou falso? Essa ideia está completamente errada. Infelizmente existe o mito de que a bioconstrução é mais cara, mas feitas as contas os produtos têm preços competitivos no mercado. E em termos de qualidade? É idêntica à dos produtos fabricados a partir de matérias químicas. Além disso, apresentam inúmeras vantagens no que respeita à saúde, nomeadamente das crianças. BIOhabitat - Rua Cabo Luís, 53, Esgueira, 3800-117 Aveiro Tel. 91 251 84 50/60 |
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O sistema de isolamento e os materiais utilizados determinam não só a sua eficácia como as repercussões no meio envolvente e na vida dos moradores. Existem actualmente no mercado isolamentos térmicos e acústicos feitos à base de produtos naturais. • Fibra de celulose (papel de jornal) – Misturado com sais de boro, este produto adquire um aspecto semelhante ao algodão e à lã. De fácil aplicação, pode ser projectado, insuflado u injectado nas paredes, pavimentos, tectos e coberturas, permitindo assim o isolamento de casas já habitadas • Madeira – Placas em fibra de madeira, aglutinadas apenas pela lignina (substância natural da madeira). Eficaz como isolamento acústico e térmico, este material pode ser aplicado no exterior das construções recebendo o revestimento final |
Algumas marcas apresentam, além dos produtos tradicionais, gamas de tintas e vernizes ecológicos ou biológicos. Mas quais as diferenças entre estes? Biológicas – As tintas e vernizes biológicos utilizam apenas produtos naturais regenerativos (cera de abelhas, ceras vegetais, resinas naturais, óleos vegetais, etc.) e pigmentos naturais não tóxicos Ecológicas – Os critérios que regulam estes produtos têm em consideração questões ambientais que implicam um uso limitado de substâncias perigosas e um baixo teor de solventes (com preferência pelos produtos aquosos com baixo nível de compostos orgânicos voláteis). Tudo em nome da redução da poluição aquática atmosférica e de resíduos |
João Alberto Correia, doutorado em Arquitectura Sustentável, em Inglaterra, defende a conciliação entre a construção sustentável e ecológica e os mais avançados sistemas de domótica. Quais os materiais mais indicados? Em relação à construção, devem ser utilizados materiais sustentáveis e ecológicos, como alvenarias e pavimentos em xisto, as coberturas em madeira e telha tradicional e as alvenarias interiores caiadas. Como se integram os sistemas de domótica numa construção ecológica? Em todos os compartimentos são instaladas calhas técnicas em rodapé, cobertas com tijoleira cerâmica rústica e com aparelhagem eléctrica embutida. Este processo possibilita alterar a localização de toda a aparelhagem (sensores, sistema térmico, câmaras, etc.) sempre que se desejar. No final da obra, uma casa ecológica é mais cara do que a tradicional? O custo da construção tem uma redução generalizada de 30 por cento em relação à construção normalmente utilizada. O preço do metro quadrado de construção é de 700 euros. Quem procura este tipo de construção? Fundamentalmente pessoas preocupadas com a preservação do ambiente, que têm presente que os recursos naturais poderão esgotar a médio/longo prazo.Largo S. Bartolomeu, 7200-175 Monsaraz. Tel. 96 506 78 79 |
• Etiquetas de eficiência energética – As embalagens de lâmpadas têm obrigatoriamente de indicar a eficiência energética, como forma de distinguir as mais eficientes, do ponto de vista energético • Iluminação correcta – Cada divisão deve ser iluminada tendo em conta o tipo de actividades que se realizam nesse espaço. Por vezes despende-se demasiada energia a iluminar zonas pouco utilizadas • Lâmpadas – Prefira a lâmpada fluorescente compacta às incandescentes. Consomem menos energia e duram mais tempo • Potência – Use menos lâmpadas, com maior potência. Uma lâmpada de 100 Watts consome a mesma energia que quatro de 25 Watts, mas produz o dobro da luz. Opte por uma lâmpada fluorescente compacta que, com menor potência, atinge a mesma iluminação |
Os mais pessimistas alertam para a escassez deste bem valioso que, num futuro próximo, poderá acarretar graves problemas para a Humanidade. Pequenos gestos e o uso consciencioso da água poderão fazer toda a diferença. Autoclismo – Os modelos mais recentes apresentam diversas possibilidades de descargas controladas. Um mesmo botão dividido ao meio permite efectuar descargas com metade da água ou um duplo toque no botão de descarga pára automaticamente o fluxo de água. Se ainda tem um autoclismo antigo recorra ao velho truque de colocar uma garrafa cheia de água no depósito do autoclismo Redutor do fluxo de água – Adaptável a qualquer torneira misturadora, esta peça permite reduzir em cerca de 50 por cento o consumo de água potável Reutilização – Num cenário ideal, as denominadas águas cinzentas (provenientes das máquinas de lavar, dos lava-loiças, lavatórios, bidés e duches) deveriam ser reutilizadas nas descargas das sanitas, na rega dos espaços verdes e na lavagem dos automóveis e dos espaços exteriores Torneiras – Existem sistemas que permitem racionar o desperdício de água. As torneiras electrónicas com sensores – só abrem com a passagem das mãos – e as temporizadoras fecham automaticamente após alguns segundos – fazem uma boa gestão da água
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A maioria das máquinas de lavar louça possui um programa ECO que permite a redução da temperatura da água de 65º para 50°C, com redução dos consumos de
• Filtros – A limpeza dos filtros é importante para que o consumo de electricidade não aumente com a utilização • Poupança de água – Algumas máquinas dispõem de botões que permitem poupar água e energia na lavagem • Pré-lavagem – Passe a loiça por água (fria), retirando a maior sujidade. Assim evitará a utilização de um programa mais forte • Secagem – Se a sua máquina permitir a selecção do tempo de secagem, reduza-o ao mínimo. Pode ainda desligar o aparelho após o enxaguamento final |
Aquecimento da água – Cerca de 80 por cento do consumo total de energia de um ciclo de lavagem é despendido no aquecimento da água. Por este motivo surgiram máquinas alimentadas com água quente proveniente de outros sistemas de aquecimento (termoacumuladores a gás, caldeiras, painéis solares, etc.), permitindo reduzir o consumo eléctrico Carga – Ajuste a carga da máquina à capacidade útil indicada pelo fabricante de forma a não desperdiçar energia. Algumas máquinas pesam a roupa e aquecem somente a água necessária para essa lavagem Programas económicos – Grande parte dos aparelhos oferecem esta possibilidade. Use preferencialmente estes programas Temperatura – Os programas de baixa temperatura garantem roupa bem lavada e reduzem a factura da electricidade Secagem – Antes de iniciar o programa de secagem, centrifugue bem a roupa
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Fornos com ventilação e frigoríficos que não emitem CFC’s contribuem para uma poupança de energia e protegem a Natureza. |
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Na escolha deste aparelho deve ter em conta alguns aspectos que beneficiam o ambiente e diminuem a conta do gás e da electricidade. Gás – Os aparelhos a gás são substancialmente mais económicos, principalmente se a instalação for fornecida com gás natural Pré-aquecimento – As marcas aconselham um pré-aquecimento mais prolongado do que o necessário. Se reduzir esse tempo o cozinhado não será prejudicado Recipientes – Os tabuleiros de cerâmica ou vidro permitem baixar cerca de 25ºC a temperatura necessária ao cozinhado. Estes materiais retêm melhor o calor Utilização – Desligue-o um pouco antes de finalizar o cozinhado, pois o forno manterá a temperatura durante algum tempo. Reduza ainda o número de vezes que abre a porta para evitar perdas de calor Ventilação – Um forno com esta opção cozinha mais depressa, gastando assim menos energia
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Numa casa onde a preservação do ambiente é prioritária tem de se proceder obrigatoriamente à separação do lixo. Lembre-se de que as embalagens que colocamos nos Ecopontos dão origem a objectos que usamos diariamente. Papel – Nem só os cadernos de papel “rústico” são provenientes de papel reciclado. A pasta feita através dos desperdícios de papel dá origem a caixas de cartão canelado, papel higiénico e de cozinha, embalagens de cartão, etc. Plástico – Os frascos e as embalagens plásticas dão origem a diversos objectos do nosso uotidiano: camisolas polares, vasos, tubos de canalização ou mobiliário Madeira – O mobiliário em aglomerado é fabricado a partir de madeira reciclada. Se tem móveis velhos que quer deitar fora, informe-se na câmara municipal qual o local indicado para os entregar
Vidro – Algumas peças – garrafas, boiões e frascos – são produzidas total ou parcialmente a partir de vidro reciclado |
Mesmo quando não os estamos a utilizar, alguns aparelhos permanecem ligados no modo stand-by. Uma pequena luz na televisão, no relógio do vídeo ou do sistema de som denuncia esse consumo desnecessário. Desligue os equipamentos nos botões próprios. Ao desligá-los no comando à distância não desactiva a função e, por conseguinte, é um desperdício de consumo de energia Tomadas eléctricas com interruptor constituem uma excelente opção. Embora consumam 1 a 3 Watts são preferíveis ao consumo total dos diversos aparelhos em espera Durante as férias desligue os aparelhos das tomadas |
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